terça-feira, 10 de abril de 2012

VII. Decepção

*Este texto é a sétima parte do Romance. Você pode ler as outras partes clicando nos links ao lado do texto.

Estava distraído na varanda observando a paisagem ao redor da casa da burgesinha quando, voltei minha atenção para Fabrício que já estava a uns oitos passos a minha frente. Não me aproximei dele, pois, ele estava conversando com uma senhora. Pensei: “deve ser ela!”, então ele, me chamou e disse:

- Esse é o artista, Dona Elizabeth.

- Parabéns! você deve trabalhar muito bem, não vi o seu trabalho mas, a minha filha falou muito bem dele aqui em casa, ela queria muito lhe conhecer, é uma pena ela não estar, queiram entrar...

- Agradeço!, o convite, mas não vou poder demorar-me, tenho que ir, pois vou ainda a outro lugar. – Falei tentando arrumar desculpa para não ficar.

- É Sra. Medeiros, outro dia ficaremos um pouco mais – completou Fabrício contribuindo uma vez na vida para minha surpresa.

- Por que não esperam um pouco?

- Ela voltará logo ou irá demorar?

- Não sei Fabrício, ela não falou nada, disse apenas que ia à casa de Beatriz.

- Voltaremos outro dia então D. Elizabeth, pode ser que ela demore, e temos que ir à outro lugar, a senhora diz que estivemos aqui. - Falou Fabrício.

- Direi sim Fabrício. - e olhando-me disse: – Venha mesmo meu jovem, e traga alguma obra sua para que eu possa também apreciar.

- Eu virei... - falei meio sem jeito. Saímos de lá conversando pelas ruas sombrias e vazias do bairro nobre, onde não se via nenhuma alma vivente nessas horas a não ser a nossa, como que perambulando na escuridão.

- Ela deve ter saído por algo muito importante! – falou Fabrício tentando justificar a ausência da sua amiginha.

- É com certeza, certamente!! – resmunguei.

- Sério Íthalo! Pois, ela estava realmente querendo te conhecer.

- Me conhecer não, conhecer o artista. - repliquei.

- Ah! Íthalo, tu, o artista são todos a mesma coisa.

- Não! Sr. Íthalo é Íthalo, o artista é Sholal, e eu sou eu.

- Tu já estás maluco!!!

- Estou nada! E ela falou num momento de empolgação, por ter visto a pintura, por isso disse que queria conhecer o pintor, acho que ela nem lembra mais do quadro, quanto mais do autor.

- Na verdade ficaste chateado.

- Eu não!

- Pois parece – retorquiu Fabrício.

- Até gostei da Sra. Mãe dela, me tratou tão bem... Fabrício eu me encantei com a mansão, parece mais um castelo, só o jardim dar para escrever uma estória de amor.

- E quem sabe até com ela. Disse ele ironicamente.

- Que com ela?! Estás maluco?? Com o meu amor. Ou então tu e uma burguesa que eu tenho visto ultimamente. – Rebati a altura.

- Quem é? – perguntou, porém, não muito interessado.

- Melhor não! – falei lembrando do sorriso dela. Fabrício é muito abusado, e ela parece ser simpática, nunca pensei que ia dizer isso dela, e não ia combinar mesmo.

- Ah! Eu quero conhecer essa burguesinha. – falou Fabrício.

- Rapaz! Eu disse talvez escreva uma estória de amor...

- E então precisa de um começo ou não? – disse ele já bem interessado.

- Precisaria, mas eu já desistir.

- Então eu escrevo, Íthalo e a jovem senhorita Medeiros. – rebateu de forma debochada.

- Inventa não, Fabrício.

- Por que não? Já gostasse da futura sogra, ela também gostou de tu, e além disso, a filha ainda é muito mais legal que mãe, e combina contigo, ao invés daquela abusada da Mariane.

- Espera ai, não fale assim dela não, que você nem a conhece. – repliquei imediatamente.

- Mas sei que ela é abusada, e não quer compromisso contigo.

- E essa sua amiginha que faltou ao compromisso contigo.

- Íthalo, eu já falei que ela deve ter saído por algum motivo muito importante.

- Está certo, os artistas não são muito importantes mesmo.

- Mas és chato Íthalo.

- Havia esquecido esse detalhe, além de não serem importantes a maioria são chatos também, precisam de mais silêncio que o outros e na maioria das vezes preferem ficar sozinhos.

- Ah! Íthalo, mas olha pelo lado positivo, a beleza do ambiente vai te servir de inspiração por muitos dias.

- É observando por esse lado, valeu apenas ir aquele lugar.

- Eu vou por aqui – falei dobrando a direita.

- Vai lá! Meu artista preferido, essa semana eu passo lá. – disse ele seguindo em frente.

- Está certo, diz a tua amiginha que eu mandei um tchau!

- É lá na tua casa.

- Está bom também, mas quando encontrares com ela não se esquece de mandar lembranças à esquecida...

- Pode deixa meu irmão, lembrarei sim, com certeza...

“Nem perguntei o nome dela” - lembrei, mas não valia apenas mesmo, observei seguindo rumo ao meu esconderijo, ou seja, a minha casa.




3 comentários:

  1. Poxa meu irmão, que suspense!!
    Mas eu gosto!!!
    rsrsrs

    ResponderExcluir
  2. Eu acho que essa burguesinha, nada mais é, que essa tal amiga do Fabricio!!! hahaha
    posta logo o restanteee!!! =))) adorooo.

    ResponderExcluir